O Supremo Amor
Desde quantos milênios nos tendes amado,
Excelso Senhor dos Universos?
Desde quando, nas águas tépidas dos oceanos,
como invisíveis protozoários, nos mares imersos,
há muitos, há muitos e muitos anos?
Ou quando, já como pequenos peixes,
cruzávamos os verdes mares?
Ou no transpor doutras priscas eras
do Infinito, bem assim da Terra, pelos ares,
da época infinda das reais moneras?
Ou, ainda, Senhor, quando anfíbios, transitamos
pelos mares, e também nos continentes?
Ou, depois, Senhor, como aves, nos ares adejando,
na visão eufórica das matas verdejantes,
na infinda viagem, nos espaços planando?
Ou, como vertebrados, sempre a vagar
pelas adustas terras, avançando?
Ou, seria que o instante, já de liberdade,
se poder conquistar, mesmo chorando,
no árduo planeta, de tenaz saudade?
E aí, Senhor, soaria do tempo a celeste hora
de vos conhecer já nós podermos?
Ou ainda era o levantar da alva aurora,
que inda vos não se deveria vermos,
pois que da Ciência era mais que hora?
Por fim, Senhor, quando a vossa esfera,
lá um dia, poderemos ir visitar?
Quantas eras haverão ainda de correr,
pelo infindo espaço-tempo perpassar,
para podermos – depurados –, vos rever?!…6
Poesia: Dr. Weimar Muniz de Oliveira
Imagem: Kunj Parekh (Unsplash)
6 – “Sussurros Poéticos do Evangelho” – idem, idem, p. 122/123.