A Prece do Apelo

PAI NOSSO…

Que estais no céu, venha a nós o vosso reino.

Neste momento de dores e aflições, imploramos, como nunca o fizemos, a vossa intervenção diante dos desatinos que nos abatem.

Estamos envolvidos com as frivolidades existenciais, esquecendo-nos das questões relevantes. Desentendemo-nos por questões banais. Lutamos ferozmente, destruindo-nos uns aos outros por causas de insignificantes importância.

A lei de talião tomou conta dos espíritos que se afastaram dos caminhos que nos conduzem a tua presença.

JESUS, seu filho maior disse-nos: Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai a não ser por mim.

Perdemo-nos no caminho. Desviamo-nos, por decorrências das nossas incúrias, condutas e escolhas erradas desse verdadeiro caminho.

Diz-nos Joanna de Angelis (ANGELIS, 2010, p. 156) que JESUS “estabeleceu como essencial o amor a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, não renegou as crenças que predominavam na cultura de então, lamentando que elas não possuíssem essa especial conduta, perdida em aparências e cerimoniais que mataram o conteúdo essencial de que Moisés se fizera portador ao apresentar os Dez Mandamentos”.

Nossas condutas éticas deram espaços às agressões, aos desvarios, em nome da liberdade de ação e de expressão. Nossos hábitos se vulgarizaram em nome do direito de ser, sem pensar no significado do SER.

Nossos hábitos e costumes se vulgarizaram, em nome da moda extravagante, desviando-se da beleza, da harmonia e da estética que deveriam predominar.

Abrimos espaços para uma geração, citado por Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de literatura de 2010, “denominada de espírito de nosso tempo, deus folgazão, amante do luxo e frívolo, ao qual todos, sabendo ou não, rendemos tributo há pelo menos meio século, e cada dia mais”.

Uma falsa cultura, fruto de uma pseudoliberdade ampla e irrestrita, tomou conta do espírito humano.

Tudo se legitima.

As guerras fraticidas se sucedem. Os sofrimentos humanos, vítimas das atrocidades praticadas pelos instrumentos cada vez mais sofisticados da arte de destruir e matar, estão sendo frequentes.

Armas com imenso poder destrutivo, que colocam em risco a vida em sua magnitude, estão sendo engatilhadas para uso no dia fatal.

Nesse momento de magna aflição, o vosso amor inexaurível transformou-se em Código Superior de socorro aos infelizes de todos os matizes.

Torna-se necessário que essa imensa e inesgotável energia, que se encontra vibrante nos mais recônditos espaços do universo, contaminem, de forma definitiva, todas as criaturas humanas na face do planeta

E, como afirma o iluminado espírito da nossa mentora Joanna de Angelis (ANGELIS, 2010, p. 157), “O amor realmente deverá ser um dia a mais bela conduta, a mais significativa, a psicoterapêutica preventiva e curadora, tornando-se uma forma de religiosidade que fascinará a todas as criaturas”.

SENHOR, que esse dia seja breve e ocorra nesse momento, para evitar a consumação do terror inimaginável de uma destruição plena que ameaça nosso planeta, diante das incertezas e inseguranças que ameaçam seus filhos que assimilaram e praticam a vossa lei maior do amor e da solidariedade.

Que assim seja!

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Clayton Reis

Vice-presidente da ABRAME, Juiz aposentado, Escritor, Professor Universitário e Advogado.