Era noite e eu não via,
Pensava no dia a surgir.
A luz – e não as sombras –
Fazia sentido pra mim.
Era inverno e não senti
O frio que ele carrega.
meus olhos estavam distantes
Buscavam a primavera.
Era sonho e entendi
Que os sonhos são pra viver.
Ainda que não se modelem,
Matar os sonhos pra quê?
A primavera no ar
Convida a ver além
Do que salta aos olhos que veem
Mas não enxerga a essência.
As flores que cultivamos
As flores que cativamos
Dizem que é a alma propensa.