História

Fundada em 29 de outubro de 1999, a ABRAME – Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas – realizou o seu primeiro encontro nacional em 23 de setembro de 2000, no auditório do STJ, ocasião em que sua primeira diretoria foi eleita.

Em seu discurso naquele dia, o Ministro Costa Leite, do STJ, ao rememorar o início da ABRAME, reconheceu a expressão do conclave:

“Nada mais eloquente para evidenciar a força do significado da ABRAME do que esse auditório com tantos magistrados e pessoas que vieram prestigiar o evento.

Volto-me para um recente passado, quando nove pessoas reunidas*, perseguindo um sonho, convictamente atrás de um ideal de servir, fundaram a Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas, e, hoje, estamos aqui nesta assembleia magnífica. Aquela semente, Sr. Presidente, germinou, e, se ainda não temos uma árvore frondosa, estou certo de que também não possuímos mais uma plantinha tenra, já conta ela com raízes, e nada mais eloquente para evidenciar isso do que esse auditório com tantos magistrados e pessoas que vieram prestigiar o evento, sentindo a força do seu significado”.

Ministro Costa Leite

O então presidente da entidade, Zalmino Zimmermann, destacou a importância da congregação dos magistrados de fé espírita, incorporando em sua ação os postulados e fundamentos do espiritismo e reforçando ainda mais o movimento kardecista nacional:

“A Doutrina Espírita mostra-nos que somos seres em evolução: da bactéria – e de antes ainda – até a dimensão hominal, de psiquismo rudimentar a espírito, usina formidável de pensamento contínuo. Longa foi a escalada percorrida nos milênios, impulsionados e sustentados pela providência divina.

Por meio de duras experiências, o princípio psíquico cresce em potência e sensibilidade rumo a níveis superiores de consciência, chegando, um dia, ao portal do autoconhecimento e ao despertar das forças criadoras que, mais e mais, se identificam com a matriz divina. Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei. Eis a magna lição que brota da gigantesca obra do sábio francês Allan Kardec, sistematizador da Doutrina Espírita.

Com tais elementos, compreendendo em sua profundidade o conteúdo e a força da mensagem evangélica, assimilando a fraternidade como necessidade e meta, temos agora como chegar objetivamente a uma avaliação mais segura da conduta humana, tanto no nível individual como na projeção social, não perdendo de vista, sim, que o conjunto da sociedade como um todo é mais do que a soma dos indivíduos que a compõem.

Essa avaliação mais profunda da natureza e do comportamento humano, facultada pelo instrumental espírita, fornecerá os elementos que alicerçarão o surgimento de uma justiça que diga mais com a nossa realidade evolutiva”

Zalmino Zimmermann