Conforme nos assinala a Espiritualidade Amiga vivemos uma transição planetária em curso e nossos pensamentos se voltam para a responsabilidade que nos toca a todos diante das inúmeras convulsões sociais que assolam o globo. Nosso querido Allan Kardec nos pontua na Gênese, Cap.IX, acerca dessas mudanças cíclicas correspondentes aos eventos que eclodem a cada metade de 26.000 anos em razão do movimento da precessão dos equinócios. Tal nos parece, diante da observância dos fatos e elucidações trazidas por tantos luminares queridos, que diante da necessária Lei do Progresso é natural que convulsões físicas, morais, sociais, políticas e religiosas ocorram.
De nossa parte, contudo, cabe as reflexões acerca de como poderemos contribuir de algum modo para que a era da regeneração nos penetre a alma e inspire também os irmãos em volta a fim de nos unirmos numa mesma sintonia aos emissários do Cristo que estão mais a frente.
Nos parece que igualmente ao Planeta que se ajusta na obliquidade do seu eixo em direção a uma maior perpendicularidade em relação ao Sol, nós também somos chamados ao realinhamento do nosso eixo espiritual. Ou seja, ao propósito de alinharmos os objetivos existenciais a um avanço ainda maior em nossa reforma moral. Induvidosamente, estamos diante da hora evolutiva mais importante das nossas vidas. Amar, no sentido prático de servir e espargir o bem, nunca foi tão necessário. Há um chamamento íntimo feito a cada um e por isso o volume dos desafios se apresentam.
Uma vez apaziguados no íntimo em relação às nossas próprias necessidades, lembramos que nos esquecemos muitas vezes de honrar a Deus nos detalhes, nas coisas pequenas que passam despercebidas como o dia que findou feliz porque produtivo, o contato de alguém querido, a oportunidade de ajudar, mesmo ao desconhecido que passa, assim como os testes das adversidades, das doenças, das malquerenças, dos conflitos surgidos que servem para fazer crescer a harmonia, a fortaleza do amor, da empatia.. Sem percebermos, estamos sendo chamados a demonstrar a excelência dos conteúdos evangélicos, a paz imorredoura do Cristo nos gestos simples de se importar, de não julgar, de perdoar e de insistir no direcionamento do amor e da bondade como referências éticas de vida. O Mestre, instruindo, afirmara: Não vim para ser servido e sim para servir!
Assim, soa urgente a necessidade de adquirirmos condições emocionais para assumir as responsabilidades que nos são conferidas nessa época crítica, a fim de nos afinar a um campo vibratório que favoreça a ação do bem, transcendendo todas as oposições das sombras interiores. Apaziguemo-nos!
Manoel Philomeno de Miranda nos lembra que “é natural que muitos dos aderentes às mensagens espíritas sintam entusiasmo e se entreguem com ardor a sua divulgação e à vivência das novas propostas libertadoras, no entanto, como é compreensível, advém os enfrentamentos, os desafios que se mesclam com as problemáticas pessoais e logo esmaece o júbilo e surgem as observações negativas a respeito do próximo, surgindo contrariedades quando não são aceitas algumas das suas sugestões ou diretrizes, não poucas vezes inspiradas pelos inimigos desencarnados do ideal, e aparecem os partidos, as dissensões, as deserções.”1
Somos todos embaixadores da paz outorgados por Deus! Em cada setor da vida que atuamos somos esse agente de transformação a deixar para cada um o fluido da harmonia, da compreensão, da sintonia pacificadora e das soluções compassivas.
Caminhemos, desse modo, nos tempos de regeneração, atentos e vigilantes para o alimento puro da paz e da alegria nas construções sadias e fraternas, unidos, porque legítimas são as expressões da alma em Cristo Jesus.
Referências
- MIRANDA, Manoel Philomeno de. Amanhecer de uma nova era. Psicografado por Divaldo Franco. 2. ed. [s.l.]: Editora Leal, 2012. p. 16. ↩︎